domingo, novembro 22, 2009

Começar mal o dia


Domingo de manhã. Saio no carro e vou até à praia. Já não faço isto há algum tempo. Há sol e a temperatura engana. Parece mesmo que vamos ter um dia de Primavera. Chego ao Portinho da Arrábida para não fazer grande coisa: tomar um café, ler o jornal e ficar a olhar para o mar. Mas os planos alteram-se quando vejo a areia. A praia está diferente. Uns estão deitados, outros correm, quase felizes: estão ali, mais ou menos, quinze cães. Um está bastante magro, os outros aguentam-se. Não sei há quanto tempo estão ali. Parecem (é a única personificação que me ocorre) acomodados. Começo a sentir-me muito mal. Ligo para uma associação que conheço, mas percebo que não podem resolver a situação. Não sei como explicar aquilo. Estão para ali, abandonados na praia. Muito perto, um pai e um filho jogam à bola. E uma mulher pede ao menino que não se aproxime porque os cães «podem morder e ter pulgas». Meto-me no carro e volto à cidade. É o que se chama um triste domingo.
(também aqui)