«Para não variar, logo no primeiro minuto, o CDS/PP tenta, perante as graves irregularidades no BPN investigadas pelo Banco de Portugal e pela PGR, concentrar as atenções nas eventuais culpas de Vitor Constâncio para que não se fale das responsabilidades dos gestores. Não digo que a fiscalização do papel do Banco de Portugal não seja relevante. Mas é interessante que seja a única coisa que preocupa sempre o CDS e o PSD. Foi assim no BCP, volta a ser assim no BPN. Só se espanta quem não sabe o que a casa gasta. Ouvido o CDS, estou muito curioso em ouvir o que tem o PSD a dizer sobre este caso. Basta ver os nomes dos administradores ao tempo a que reportam as irregularides (ou crimes) que levaram o banco a esta situação para perceber porquê.» Isto escreveu um dos suspeitos do costume.
Concordo com um ponto referido por Daniel Oliveira: penso que se fala muito pouco da responsabilidade dos gestores. E lembrei-me, a propósito desta questão, das palavras que Fernando Faria de Oliveira proferiu há algum tempo no Prós e Contras. Numa altura em que o governo preparava o plano para 'aliviar' a banca (i.e., uma linha de garantias de 20 mil milhões de euros), o presidente da Caixa Geral de Depósitos sublinhou, logo no início do programa, que o plano iria beneficiar sobretudo os clientes dos bancos. E justificou da seguinte forma: no caso de uma crise que afecte seriamente a banca, os clientes serão os primeiros prejudicados. Na verdade, em discursos como este nunca é incluída a questão da responsabilidade dos gestores. Como se os gestores fossem seres intocáveis.