domingo, novembro 22, 2009

Para não falar mais de coisas tristes...

Isto tem muita graça:
«A ergasiofobia é uma fobia (medo excessivo ou irracional) ou pavor ao trabalho. Pessoas com essa doença tendem a ser chamadas de preguiçosas, mas precisam de acompanhamento médico profissional e da compreensão dos familiares.»

(está na Wikipédia e foi magnificamente citado no Coisas no Arco da Velha).

Começar mal o dia


Domingo de manhã. Saio no carro e vou até à praia. Já não faço isto há algum tempo. Há sol e a temperatura engana. Parece mesmo que vamos ter um dia de Primavera. Chego ao Portinho da Arrábida para não fazer grande coisa: tomar um café, ler o jornal e ficar a olhar para o mar. Mas os planos alteram-se quando vejo a areia. A praia está diferente. Uns estão deitados, outros correm, quase felizes: estão ali, mais ou menos, quinze cães. Um está bastante magro, os outros aguentam-se. Não sei há quanto tempo estão ali. Parecem (é a única personificação que me ocorre) acomodados. Começo a sentir-me muito mal. Ligo para uma associação que conheço, mas percebo que não podem resolver a situação. Não sei como explicar aquilo. Estão para ali, abandonados na praia. Muito perto, um pai e um filho jogam à bola. E uma mulher pede ao menino que não se aproxime porque os cães «podem morder e ter pulgas». Meto-me no carro e volto à cidade. É o que se chama um triste domingo.
(também aqui)

segunda-feira, novembro 09, 2009

"A nossa percepção é tudo o que existe?"

A pergunta surge no filme. E o filme é também sobre isso: sobre percepção e realidade. A grande dúvida do protagonista poderia, aliás, ser explicada com o título de um livro: a realidade é real? Filme de culto do terror científico, passou ontem (corrijo: hoje, porque ainda é domingo) no Estoril Film Festival. Refiro-me a Videodrome, obra de David Cronenberg. Enquanto escrevo, lembro-me do momento em que se fala de catarse como possibilidade de cura pela ficção, e a observação de alguém que diz que isso não passa de um conjunto de 'ideias superficiais'. Como se Cronenberg pretendesse fazer justamente isto: questionar ideias feitas sobre o modo como os seres humanos reagem a certas coisas. Ao cinema, por exemplo.
(também aqui)

sábado, novembro 07, 2009

Disciplina (II)

- Miguel, onde está o seu caderno?
- Só Deus sabe, professora, só Deus sabe...

(esta foi comigo)

Disciplina (I)

- Vocês querem fazer o secundário ou estão só a treinar para feirantes e peixeiras? (uma colega de Matemática)

Tenho de começar a fazer uma lista destas coisas...

sexta-feira, novembro 06, 2009

"Olhos Verdes"

Não deixa de ser estranho: gosto muito de um livro que ainda não li. O livro tem quase duzentas páginas, e eu ainda só li dez. Falo de Olhos Verdes, de Luísa Costa Gomes. Eu, que sempre achei parva a ideia de não se ter tempo para ler, ando a aprender que há alturas na vida em que não há mesmo tempo para ler, para ler aquilo que queremos, bons ou maus livros. São épocas de muito trabalho, em que é preciso ler coisas com uma finalidade específica, para certos fins. No final do dia, o cansaço acumula-se, desafia a nossa curiosidade e vence-a. Nada a fazer. Sentimos saudades de épocas em que vamos à estante e escolhemos qualquer coisa, ou saímos e voltamos com livros novos na mala.
Olhos Verdes fala de pessoas que se definem pelo mistério. Releio na segunda página: «Talvez se espere demais das pessoas muito bonitas. Afinal, o mistério é delas». Está na colecção Mil Folhas, do Público.

(também aqui)

Anotem na agenda

O presidente da SAD do Sporting diz que hoje é «o dia do Paulo».