Em alguns comentários aos textos de Palmira F. Silva e Carlos Vidal, está subjacente a oposição entre filósofos anglo-saxónicos e os chamados "filósofos da diferença" (J. Derrida, M. Foucault, G. Deleuze). Para alguns comentadores, os da "diferença" dizem apenas disparates e não contribuem para "aumentar" (verbo que Kuhn e Rorty rejeitam) o nosso conhecimento (ideia que Palmira Silva também parece aceitar). Creio que a diferença de filosofias se prende, essencialmente, com dois aspectos: o estilo (os da "diferença" não hesitam em recorrer, por exemplo, a trocadilhos para explicar certos pontos de vista - veja-se o caso de Derrida com o par "différence/différance" -, e há nos seus textos um tom mais "poético" que continua o gesto de Heidegger, que rejeitou o poder da lógica, e permite mostrar o desenvolvimento de um pensamento, ou seja, não encontramos nestes textos a ordem canónica de um paper: a apresentação de uma tese e a sua defesa) e a posição a respeito da distinção diltheyana entre ciências naturais e ciências do espírito.
Há 3 anos