Não são as análises etimológicas, análises muito chatas (que alguns descrevem, eufemisticamente, como "forçadas"); nem a criação de palavras por justaposição para exprimir 'ideias novas'; nem a tendência para omitir passagens dos autores comentados, quando essas passagens põem em causa todo o comentário - não é isto. Aquilo que irrita mesmo em Heidegger é o facto de a definição de "Ser" ficar sempre em aberto. Sim, sabemos que os pré-socráticos descobriram a pólvora. E que Platão, coitado, não percebeu. E sabemos que o Ser dos pré-socráticos é o "Ser na sua presença", o "Ser na sua claridade", o "Ser que se vai revelando". E depois é-nos dito que o Ser, afinal, é o tempo, porque a verdade "é aquilo que aparece". Pois...
Há 3 anos