Gostei do debate de ontem. Foi um debate vivo, com Louçã a admitir que é um radical mas um radical com «coerência». Sócrates foi hábil na forma como colocou a questão dos benefícios fiscais que o modelo proposto pelo Bloco pretende abolir. Penso que o modelo fiscal defendido no programa dos bloquistas parte do princípio de que tudo seria público e gratuito em matéria de saúde e educação, caso em que a existência daqueles benefícios pouco sentido faria (Louçã poderia ter deixado mais claro este ponto...).
Sobre a prestação dos dois, cito Medeiros Ferreira: «Houve uma tendência mútua neste frente-a-frente entre José Sócrates e Francisco Louçã em jogar para o empate. Curiosamente foi o líder do BE quem mais se ressentiu da falta de "parlamento" no debate.».
Ah, e não falaram sobre educação. Pena. A propósito, não posso concordar mais com isto: «Acabar o liceu não pode ser um êxito político do Ministério da Educação.» (Carla Quevedo)
* (A ler também: o texto do Sérgio Correia "Separação das Águas")
** (É um exagero, mas tem graça: «A alucinação de Louçã é tal que a Sócrates bastava aparecer de barba feita e gravata posta.» - João Pereira Coutinho)