Não deixa de ser estranho: gosto muito de um livro que ainda não li. O livro tem quase duzentas páginas, e eu ainda só li dez. Falo de Olhos Verdes, de Luísa Costa Gomes. Eu, que sempre achei parva a ideia de não se ter tempo para ler, ando a aprender que há alturas na vida em que não há mesmo tempo para ler, para ler aquilo que queremos, bons ou maus livros. São épocas de muito trabalho, em que é preciso ler coisas com uma finalidade específica, para certos fins. No final do dia, o cansaço acumula-se, desafia a nossa curiosidade e vence-a. Nada a fazer. Sentimos saudades de épocas em que vamos à estante e escolhemos qualquer coisa, ou saímos e voltamos com livros novos na mala.
Olhos Verdes fala de pessoas que se definem pelo mistério. Releio na segunda página: «Talvez se espere demais das pessoas muito bonitas. Afinal, o mistério é delas». Está na colecção Mil Folhas, do Público.
Olhos Verdes fala de pessoas que se definem pelo mistério. Releio na segunda página: «Talvez se espere demais das pessoas muito bonitas. Afinal, o mistério é delas». Está na colecção Mil Folhas, do Público.