domingo, setembro 13, 2009

O ponto da indecisão

É uma chatice, uma maçada que se repete. Há umas semanas escrevi aqui que tinha de decidir em quem vou votar. Desde então, pus-me a pensar na questão de modo "racional", a enumerar os prós e contras de votar em quem já lá está, ou seja, PS, ou a tentar ver qual é o partido com que me identifico mais em termos ideológicos, mas isto está difícil. A última hipótese não resulta muito porque há áreas em que defendo o mesmo que os partidos mais conservadores. Outras há em que as posições de esquerda recebem a minha aprovação; a política de imigração é uma dessas matérias, e é uma das razões por que eu não voto CDS. Enfim, é a minha dupla personalidade política...
No entanto, já decidi em quem não vou votar, o que é um grande avanço. Não irei votar em Francisco Louçã nem em Manuela Ferreira Leite (sobre o CDS já expliquei). Francisco Louçã diz as palavras "bancos" e "grande capital" num tom especial. O tom com que as diz é o de uma pessoa que acredita, ao contrário de mim, numa solução perfeita (e totalitária) para a sociedade. E o argumento da coerência, que usou recentemente, não me convence; eu posso ser muito coerente e estar errada. Sobre Manuela Ferreira Leite, eu acho que deveria ser posta em sossego. Já chega de sacrifícios pelo partido. Para além do caso mais recente da 'ajuda aos espanhóis', a política da verdade não ajudou nada. Eu, confesso, ainda não sei bem o que é isso. É dizer "a" verdade sobre o país? Afirmar que isto está mesmo muito mal (cf. As Profecias de Medina Carreira, da Editora Grande Abismo)? Defender que o PSD é o único partido que diz a verdade? Hummm... No entanto, é preciso reconhecê-lo, graças à líder do PSD a população inteira ficou a saber o que são as "pequenas-e-médias-empresas".
Bom, isto tudo para dizer que restam duas hipóteses. Ou voto em Sócrates - apesar de discordar do Partido Socialista nas questões da educação (e não é só pelo modelo escolhido para a avaliação dos professores), e de já não poder ouvir o discurso do "país moderno e optimista"... Ou, segunda hipótese, voto em branco. Devo dizer que esta é a hipótese que leva vantagem. Nunca incluo na minha "lógica" o PCP, porque não consigo crer na possibilidade de conjugar a felicidade individual com um modelo de sociedade comunista.
E sobre o último debate, houve surpresa. Pensei que iria ser o melhor debate para o primeiro-ministro, mas não (isso aconteceu no frente-a-frente com Louçã, «o maroto»). Manuela Ferreira Leite esteve melhor ontem do que no debate com Paulo Portas. Mas isto, claro, os comentadores já explicaram ao povo.

* (eu às vezes também tenho saudades de Marques Mendes)