domingo, novembro 30, 2008
Gaffes
Via Arrastão (e, no Arrastão, via Blasfémias)
'Misturar alhos com bugalhos'; 'Não bate a bota com a perdigota'
sábado, novembro 29, 2008
Ainda sobre o centenário do nascimento de Lévi-Strauss
O texto de Pedro Picoito no Cachimbo de Magritte.
sexta-feira, novembro 28, 2008
A arca
'Máquinas que criam mitos' - sobre os 100 anos de C. Lévi-Strauss
quinta-feira, novembro 27, 2008
Literatura e sabedoria segundo Harold Bloom
Política e formas de amizade
terça-feira, novembro 25, 2008
Pois, há 'outras questões'
Lido na Time Out Lisboa (Novembro de 2008, n.º 60).
segunda-feira, novembro 24, 2008
Apontamento sobre "A Turma"
Por fim, também não será por acaso que o filme termina com uma bela, e justa, descrição do método dialéctico praticado pela personagem principal d' A República. Ao escutar com fascínio a explicação do procedimento maiêutico de Sócrates, explicação apresentada por uma aluna, o professor torna-se o interlocutor visado, ou seja, naquele momento, ele percebe os limites do seu pensamento.
Ainda a propósito da democracia - algumas notas
sexta-feira, novembro 21, 2008
Está tudo explicado: Manuela Ferreira Leite é divertidíssima e, por isso, precisa de um hermeneuta como assessor (Governo Sombra, 21.11.08)
Pedro Mexia quis falar sobre a actual situação do partido socialista francês e sublinhou que o momento vivido pelo partido da oposição em França permite reflectir sobre o futuro da esquerda. Rui Miguel Tavares tomou o caso como exemplo do "estilhaçamento" que tem afectado partidos arredados do poder. Mexia destacou também duas notícias que chegam de Espanha: a prisão de um dos líderes da ETA e a desistência de Baltasar Garzón de investigar desaparecimentos ocorridos durante a Guerra Civil e o franquismo (desistência justificada pelo facto de terem morrido todos os acusados).
Um tema importante no programa foi o da ironia de Manuela Ferreira Leite. Depois de notarem que muitas coisas que Manuela Ferreira Leite diz não são para levar a sério, os membros do Governo Sombra concluíram que a líder do PSD é muito divertida. Assim, faz falta ao partido um hermeneuta que ajude a esclarecer as subtilezas do discurso.
Sobre a postura de Maria de Lurdes Rodrigues, Rui Miguel Tavares considerou a possibilidade de um "problema genético lusitano" que ajudaria a explicar por que razão os governantes portugueses não conseguem reunir dois traços: vontade de reformar e capacidade de diálogo. Ricardo Araújo Pereira considerou curioso o facto de a ministra ter cedido perante quem atira ovos [esta semana, o título da crónica semanal que assina na Visão é, precisamente, "O ovo da C+S Cristóvão Colombo"].
Os decretos da semana foram: ter os olhos na política americana (Rui Miguel Tavares); que os humoristas norte-americanos continuem a desempenhar de forma genial o seu papel (Pedro Mexia); que Carlos Queirós seja submetido a uma avaliação rigorosa, ficando com menos tempo para treinar (Ricardo Araújo Pereira). Pegando no decreto de Ricardo Araújo Pereira, Mexia reiterou uma ideia: um treinador não pode usar termos como "naïf" em conferências. Daqui a pouco, imagine-se, a discussão sobre o dasein heideggeriano chega ao balneário...
quinta-feira, novembro 20, 2008
Política e interpretação
«Nem sequer cigarros...» (polémicas)
«Não digo que foi mau poeta. Digo que não foi poeta, isto é, nem bom nem mau poeta. E se foi poeta, foi-o só com a exclusão de todos os outros, desde Homero até aos nossos dias... Veja a "Tabacaria": não passa de uma bricandeira. Que poesia há ali? Não há nenhuma, como não há nada... nem sequer cigarros!... Fernando Pessoa tentou intelectualizar a poesia e isso é a morte dela».
Teixeira de Pascoaes. Entrevistado por Álvaro Bordalo (in O Primeiro de Janeiro, ano 82, n.º 140, Porto, 24.5.1950). Ensaios de Exegese Literária e Vária Escrita. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004
quarta-feira, novembro 19, 2008
A Estrada
Referência das páginas: C. McCarthy. A Estrada. Lisboa: Relógio d'Água, 2007. Tradução de Paulo Faria.
O mal da sabedoria (H. Bloom)
Harold Bloom. Onde está a sabedoria?, Lisboa: Relógio d'Água, 2008. Tradução de Miguel Serras Pereira.
terça-feira, novembro 18, 2008
Do congresso ao divã: Manuela Ferreira Leite
- Alô
- PSD!!!!! PSD!!!!!!
- Ó Pacheco Pereira, não esteja constantemente a maçar-me para o telemóvel. Eu se quiser saber de si vou ao seu blogue. Olhe, vá ter com o Lobo Xavier, sim, a ver se eu lá estou…
n' Os Contemporâneos
Uma interpretação possível: «Manuela Ferreira Leite não foi feita para isto» (José Medeiros Ferreira, no Bicho Carpinteiro)
Crises
José Medeiros Ferreira, no Bicho Carpinteiro
sábado, novembro 15, 2008
Uma história da objectividade
Mente, Cérebro e Filosofia (Kant e Hegel)
sexta-feira, novembro 14, 2008
Sobre o 'animal escondido em Sócrates', 'estética não-aristotélica' e outras coisas (Governo Sombra, 14.11.2008)
A respeito do caso recente sobre Manuel Pinho [para mais esclarecimentos, veja-se o editorial da revista Sábado, com o título sugestivo: "Manuel Pinho e o Obama Português"], foi notado que o primeiro-ministro tende a considerar normal o que é 'escandaloso', e a ficar chocado com 'insinuações'. Ainda sobre José Sócrates, Pedro Mexia quis destacar as recentes declarações do primeiro-ministro em que este parece estar 'à beira de esganar Manuel Alegre' (José Sócrates: «Quanto ao Manuel Alegre, já sabemos que ele está sempre a dar razão a toda a gente menos ao Governo e ao PS. Isso é com o Manuel Alegre»). Para o Governo Sombra, estas declarações lembram que há um 'animal escondido' no primeiro-ministro.
De registar ainda a observação de João Miguel Tavares sobre a manifestação de 100 mil professores ('o facto de estar muita gente na rua não significa que essas pessoas têm razão'), uma proposta de Ricardo Araújo Pereira (um sistema de avaliação com cotas para o governo) e o comentário de Pedro Mexia às recentes declarações 'estapafúrdias' de Manuela Ferreira Leite sobre a comunicação social.
Nas notas finais, espaço para uma referência ao caso do despedimento de Joana Morais Varela, directora da Colóquio/Letras, e à utilidade inquestionável do site da FCG que permite consultar os artigos que foram publicados na revista. Sobre cinema, João Miguel Tavares defendeu que é preferível ver o filme que estiver na sala ao lado de Ensaio sobre a Cegueira, com o argumento de que este 'amplia a dose alegórica excessiva da escrita de Saramago'. A terminar, Ricardo Araujo Pereira propõe que se coma uma cenoura torta (uma explicação para esta proposta pode ser lida aqui). Assim, com a melhor piada do programa, advoga uma 'estética não-aristotélica para os legumes' - legumes que, convém lembrar, 'são para meter no bucho'.
quarta-feira, novembro 12, 2008
Metaphysicians and 'misplaced poets' (A. J. Ayer)
A. J. Ayer. Language, Truth and Logic, 1935.
terça-feira, novembro 11, 2008
'Portugalidade' (III)
sexta-feira, novembro 07, 2008
'Portugalidade' (II)
Manuel Clemente, Portugal e os Portugueses. Assírio & Alvim, 2008.
quinta-feira, novembro 06, 2008
'Portugalidade' (I)
(2007 foi também o ano em que Miguel Real publicou A Morte de Portugal, que mereceria um longo post.)
terça-feira, novembro 04, 2008
Miguel Esteves Cardoso
- dos livros de Saramago;
(«Acho os livros dele mal escritos. Mal escritos no sentido de serem convencidos da sua própria grandeza, da importância do que ele diz. É uma espécie de declaração ao mundo. Não uma história. Não um romance. A importância dos livros só se verifica muito tempo depois. Não é uma coisa instantânea. Não é uma questão de declarar ao mundo as minhas ideias. Isso fazem os filósofos e outras pessoas assim. Os romancistas são contadores de histórias.»)
- da relação entre a ética do escritor e a escrita;
(«Se tirarmos os filhos da puta da literatura e da pintura ficamos com nada. Se se tirarem os bêbados fica-se com zero. Se deixarmos só os livros feitos por pessoas que se portavam bem, tratavam bem a mulher, que eram bons amigos e pagavam as contas a tempo, ficamos só com merda. O único autor que foi boa pessoa e ao mesmo tempo um génio é capaz de ser, sei lá, o Beckett.»)
- dos 'escritores boa onda';
(«O Cardoso Pires era boa onda, um gajo porreiro e um grande escritor. O que ele escanhoou e limpou a lingua! Eu gosto dos que lavam a língua. Há escritores que fazem isso. Despojam-na daquele excesso de ornamentação, de adjectivos, de descrições, de mobília, do raio que o parta.»)
- da poesia (i.e., da literatura) portuguesa;
(«Os grandes escritores são todos poetas. A não ser a Agustina».
«Tu lês o Mário Cesariny ou o Herberto Helder ou o João Miguel ou o Joaquim Manuel Magalhães e ficas... O António Franco Alexandre. O Ruy Cinatti. É uma coisa devastadora. Portanto, o problema está resolvido. Pessoa. Camões. Quer dizer, o problema da nossa literatura está resolvido. Não é preciso inventá-la ou reinventá-la. Está escrita.»)
E de outras coisas, claro.
segunda-feira, novembro 03, 2008
'Diferença' (sobre as eleições americanas)
[...]
[Visão] Fala-se agora em conversas com os talibans para acabar com a guerra, no Afeganistão...
[Risos] Eles sempre falaram com os talibans. É como ouvir os israelitas dizerem que nunca falam com terroristas. Em 1992, falando, no Líbano, com antigos prisioneiros palestinianos expulsos, disse a um deles que ia viajar para Israel no dia seguinte. Ele disse: quer o número de casa do Shimon Peres? Deu-mo e estava correcto! Eles falam sempre.»
Robert Fisk, em entrevista à Visão (Visão, n.º 817)
'Mentes socráticas', por Moritz Schlick
Responsabilidades
Concordo com um ponto referido por Daniel Oliveira: penso que se fala muito pouco da responsabilidade dos gestores. E lembrei-me, a propósito desta questão, das palavras que Fernando Faria de Oliveira proferiu há algum tempo no Prós e Contras. Numa altura em que o governo preparava o plano para 'aliviar' a banca (i.e., uma linha de garantias de 20 mil milhões de euros), o presidente da Caixa Geral de Depósitos sublinhou, logo no início do programa, que o plano iria beneficiar sobretudo os clientes dos bancos. E justificou da seguinte forma: no caso de uma crise que afecte seriamente a banca, os clientes serão os primeiros prejudicados. Na verdade, em discursos como este nunca é incluída a questão da responsabilidade dos gestores. Como se os gestores fossem seres intocáveis.